coringa

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os quatro espelhos


Qantas nuvens
passarão ligeiras
no olhar das aves?

No olhar das aves há um espelho.

Qanta estrela
dormirá sem brilho
no olhar da lua?

No olhar da lua há um espelho.

Quantos verdes
correrão exatos
no olhar dos tigres?

No olhar dos tigres há um espelho.

Qantas cores
pulsarão mais vivas
no olhar dos cegos?

No olhar dos cegos
o espelho vai ao centro
da alma, vista por dentro.


Autor: Jaime Vaz Brasil
Livro: Os olhos de Borges, poemas

http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/308/anorexia-nervosa

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Poesia e musica todo mundo dança.

    O que é ser diferente? É fazer a mesma coisa só que de outro jeito. Chegar ao mesmo lugar por outro caminho ( e, às vezes até descobrir novas possibilidades, exatamente porque o caminho é novo).


   Diferente é apenas o que a gente desconhece. Normal, nada mais é do que aquilo a que estamos acostumados. A grande ironia é que, enquanto os diferentes lutam para serem normais, os normais buscam, a todo custo, ser diferentes.


   Após a mudança de apartamento da rua Uruguai para Antonio dos Anjos, agora morando com o mestre Lucas notei a diferença de se estar perto, enfim de estar juntos. A minha proximidade do Hospital São Francisco de Paula me fez pensar em aprendizado. É tão difícil falar de algo que não se participa, de um modo efetivo a mente pensa onde o pé pisa. Como a minha decisão era de dar a volta por cima, com bravura e esperança, dessas que regem as leis universais, decide participar. Esperança é preciso ser diferente...e como estou tentando. Ficar sem algumas das coisas que você quer é uma parte indispensável da felicidade.

   Hoje até que minha saúde está controlada, como um avião que voa em velocidade constante. O meu passeio foi por ares desconhecidos em horas turbulências, outras uma viagem a estratosfera e em outras quedas livres. Mas como assumir a responsabilidade se nem mesmo estava bem para dizer por mim. Afim de me absolver faço um relato de uma verdadeira maratona de amar, os olhos que ensaiaram a cegueira, o perfume que fixou por menos tempo que uma festa. Com a cabeça curvada, sem que ela estivesse cortada, fiz promessas ainda não cumpridas onde o soberbo gosto de acreditar me faz labutar. Observe a tartaruga, ela só progride quando estica o pescoço para fora.

   Em uma visita de uma amiga lhe falei da dificuldade de nos encontrarmos, era um cinema mudo, uma música falada com “U” de vaias. Sabe que o Brasil repaginou a intenção de velho mundo para colorido mundo. Em uma nota na revista Bravo! O documentário “ uma noite em 67” não se limita a retratar o surgimento da mais talentosa geração da musica brasileira.Ela mostrou como um mundo novo soterrou um Brasil velho.


   “Existem momentos em que é preciso mudar tudo para que tudo continue igual”. A frase do príncipe da salina, retrata uma relação e uma área especifica , censura a palavra e a música: a política.


   Nesta época entra em cenário a musica pop, que misturava o erudito e o popular, com o yeah yeah yeah dos Beatles, na voz da velha guarda de Roberto e Erasmo Carlos. Já a voz de Elis Regina conhecida como “pimentinha” e Jair Rodrigues em O fino da Bossa, e Esta noite Se improvisa, com Caetano e Chico. O festival ocorreu no dia 26 de junho de 1967, a TV Record foi apelidada de Frente única- Noite da música popular Brasileira. Em uma passeata contra a guitarra devido as dificuldade de audiência, a jogada de markentig da emissora sucumbiu com os festivais. A direção da TV Record pensava em um festival como uma arena, em que mocinhos e vilões se digladiassem como em um filme.

    Agora sobre a métrica fácil e notas elétricas, Abelardo Barbosa, o Chacrinha nos anos 80 lançou um movimento diferente: o rock brasileiro, na caricatura marcante de Raul Seixas suplantada de Pensador Nacional.

   Assim seguem as noticias voam passam a estratosfera, outras entram em queda livre e turbulências continuam constantes. Elas são como pães que precisam ser refeitos o tempo todo, renovados.

  O Brasil mudou dos anos 60 pra cá, e ainda os festivais de música continuam revelando novos talentos. O artista Renato Müller, acordeonista lançou seu cd em dezembro passado, intitulado Garatuja que quer dizer “ rabisco de criança” , este mistura sons de jazz e musica popular, além de flertar por diversas musicalidades que permeiam a música do Rio Grande do Sul, como chamamé, milonga, salsa e tango. Seu cd foi produzido por Pirisca Grecco e gravado em uma casa no distrito de Fraga, na nascente do Rio dos Sinos.


   Vencedor, em 2009, do prêmio de melhor trilha sonora do Festival de cinema de Gramado com o filme “ Em teu nome...” e da categoria de melhor instrumentista da 23ª Moenda da canção, e indicado também como artista revelação de 2009 no Rio Grande do Sul. Participou do espetáculo Arrabalero de ( Dudu Esperb), onde tocou com Toneco da Costa, Beto Bollo, Carlos Cachoeira e Zelito. Com tanto talento em sinfonia, sobra a pura e fina sintonia.
  
 A melhor maneira de medir o sucesso é ver até onde você chegou com os talentos que lhe foram concedidos. Enfim os interesses que levam a harmonia, a melhor energia e evolução mostram se ideais fortes e sólidos de vida. Estes ficam em letras folclóricas e amores correspondidos, a volta pra casa e quem espera? Um abraço acalentado recebido. Precisamos vestir camisetas coloridas de boa sorte e bandeiras, para que a nossa geração transgrida para o melhor, assim com o talento e orgulho de brasileiros vencedores.

   Meu pai me disse uma vez, não julgue aqueles que tentam e não conseguem. Julgue apenas aqueles que não conseguem tentar. A um bom sentido em escrever uma breve história de mudança e aprendizado é evoluir. Isso soa engraçado porque fica espremido em um blog, com palavras sutis e contentamentos. O sucesso é conseguir aquilo que você quer, e a felicidade é gostar daquilo que você conseguiu, um serviço interno. Alguns objetivos são tão valorosos que até fracassar é glorioso.

http://bravonline.abril.com.br/


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

52 horas de viagem, como valeu.



    A ida e volta foram em tempos diferentes, uma breve visita a Florianópolis onde o mais fácil caminho era um calçadão com galerias de surf e corrimão. Com tempo marcado como triatleta era a espera de um ônibus numa cadeira sentado e um menino a dormir ao lado, parecia ter fome matinal. Eu levava comigo um bolo que até de esquecimento, de laranja, não entreguei a quem tinha fome. Mas eu fiz ao ponto uma reflexão, mesmo quando se tem a oferecer não se esquecer de agradecer.


   Sobre a passagem pela paradisíaca floripa, como encata ver que o tempo lhe faz tão bem. Está mais madura e segura, tem um comércio rico, com subidas e bem largas avenidas. Assim que me deparo com a imensidão do mar e pontes que parecem pistas de aeroportos, luzes que indicam o sentido da via. É eu fiquei atento ao sinal do verde, 30 segundos de passagem.

   Eu levava o notebook e uma bolsa zion leve onde me adaptava bem ao estilo litorâneo. Falei com um dependente químico, sua história nas drogas vinha da adolescência, carrega no semblante a tristeza de perder seus objetivos e a esperança. Talvez eu ter comentado sobre minha visita a minha família lhe dê animo a procurar uma ajuda médica, e que busque se recuperar. Meu aperto de mão era sincero, ele tinha boas chances de recuperação, trabalho não ia lhe faltar. Mas uma vez volto ao terminal rodoviário, com a passagem na mão, vista e revista 10 vezes. Agora a próxima parada seria na capital do Paraná. Na mesma poltrona eu ficava reclinado, ao corredor tinha uma visão e rebatidas recebidas de quem passava antes da 23 para trás, resumindo quase todos passageiros. Em meu lugar fiquei por 8 horas tomado de espaço, estava mesmo aberto a conversar sobre idas e vindas. As vezes fico tomado de boas intenções em outras nem tanto, mas por isso que preciso atentar a proteção em meus singelos apelos, reconhecer-me em valores com respeito.

   Bom dia a “minha Paraná” a sua capital de onde frutos crescem e voltam a crescer, era um presente que levava comigo e para alimentar a fome um “bentô” prato feito em japonês, saborosa em consumo de 1 dia. O Mercado municipal é um privilégio a saúde, tem os melhores cereais, chás, hortifrutimarinhos, castanhas, amêndoas, nozes, damasco e ameixa seca orgânicos, frutas secas (a granel e de ótima qualidade), especiarias (de cardamomo a semente de mostarda), produtos orgânicos (a variedade é imensa) e produtos da culinária oriental, bem como uma loja de vinhos. Ali fui reconhecido pela senhora a qual administra uma banca de produtos nipônicos. Ela me perguntou como estava a faculdade de Pelotas, já aviam se passado 2 anos e isso me tirou um belo sorriso de gratidão. O biscoito de gergilim vem muito bem com geléia de uva, e a massinha de peixe deu uma boa conversa, levei com cuidado a conserva de bambu, compota artesanal, para minha mãe complementar suas saladas e verduras refogadas.

   Estava um pouco cansado mais sabia que à pouco chegaria em casa. A noite cai na capital e a temperatura também, já faltam 5horas para meu ônibus encostar na plataforma carimbada em letras. A minha corrida foi da frente, isso mesmo fui colocado pro lado de fora da rodoviária por fumar em lugar proibido, pena que paga com a saúde e vergonha. A minha conversa fumaceira falava de refrigeração, física das trocas de calor em ambientes como hipermercados, repartições, mercados públicos isso conta e conta mesmo. Legal conhecer um viajante que fala da saúde com anotações, me explicou sobre suas novas medicações era um sucesso da Veja. Assim ficamos até que os 15 minutos do seu próximo cigarro. Acho que já está sabido sobre os males do cigarro e com isso compromete seus pulmões e sua doença cardíaca.

    Próxima parada casa,desço depois da igreja Santa Bárbara, linda e transferida agora acompanhada de um chafariz e luzes iluminando a praça. Meu abraço vem de longe com saudade e muita fome.

   Como tudo que vem se vai, o arroz integral o refrigerante juntos eu comentei sobre um amigo no qual estávamos a passar a tarde para lanchar, ele me apronta umas das melhores. O costume japonês leva um doce com uma receita atípica, é o doce de feijão. Aquele dia estava frio como os invernos são no Rio Grande do Sul e sua façanha incrível foi colocar os doces no microondas e fazê-los aquecidos. Nada natural pra mim, eles ficaram ideal pro frio, aquecer “manju”. A manhã foi alegre como que fosse parques aos domingos, agradeço pela casa onde vivemos e aos alimentos que de importantes, cuidaremos.


Bolacha porta copos indicado pela revista vida simples, bohemia dentro de casa.