coringa

domingo, 4 de setembro de 2011

Lamento lento




Na noite do coração
a gota do teu nome lento
em silêncio circula e cai
e rompe e desenrola a sua água.

Algo deseja os seu leve dano
e a sua estima infinita e curta ,
como o passo de um ser pedido
de repente ouvido.

De repente, de repente escutado
e repartido no coração
com triste insistência e acréscimo
como um sono frio de outono.

A espessa roda da terra
seu aro úmido de esquecimento
faz rolar, cortando
o tempo em metades inacessíveis.

Suas copas duras cobrem a tua alma
derramada na terra fria
com as pobres chispas azuis
a voar na voz da chuva.

Pablo Neruda

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